11 fevereiro 2014

Prazer...

   Suponho que não saibas as consequências das tuas acções. Se soubesses não o farias, Forço-me a pensar assim.
   Lembras-te da rapariga que obrigaste a mudar de escola? Passado um ano ainda não tem amigos. Aquele rapaz que empurravas na fila só porque sim, sabes? Isolou-se do mundo. Aquela menina solitária que tanto gozavas? Era todos os dias espancada pelo álcool do pai. O menino negro com os ténis rotos que penduravas nos sítios altos eram os únicos que ele tinha. E aquele rapaz baixo e magro a quem tu roubavas o lanche, lembras-te? Morreu ontem. Passava fome, aquela era a sua
unica refeição e tu privaste-o disso. Pior ainda, privaste-o de viver. Que direito tens tu para isso? Ninguém o tem. Depois do mal que fizeste ainda te viras para mim? Para o gordo da turma? Pois, deixa-me que te diga, não percas tempo. O gordo está habituado ás bocas, aos insultos, aos risos. O reinado de terror que impuseste na escola acabou. O gordo cresceu na rua e não és o primeiro a confrontar. Por onde passou havia sempre alguém como tu. triste, solitário, doente e sem adversário. Esses encontraram alguém e tu acabaste de conhecer o teu.
   Prazer, sou o gordo que te vai pôr na linha.

4 comentários:

  1. E a verdade é que fazia muita falta mais pessoas que enfrentassem todos aqueles que fazem sofrer quem é mais fraco.

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  2. r: Identifiquei-me em parte e adoro a tua maneira de escrever, mesmo!
    Não faz mal! É normal teres curiosidade.

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  3. Estou sem palavras... adorei :)

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